29 de setembro de 2015 - Antonio Carlos Teixeira Alvares

POR QUE AS ORGANIZAÇÕES INOVADORAS SÃO RARAS?

Pesquisas indicam que as organizações que são sistematicamente inovadoras como Google, Apple, 3M, Whirpool  entre muitas outras, possuem uma cultura que envolve todos os funcionários, inclusive os de linha de frente, com foco no intraempreendedorismo e na inovação.

A minha experiência pessoal me faz concordar inteiramente com essa visão. Atuei por quase quatro décadas (1977 a 2014) como CEO da Brasilata que, em 1977 era uma pequena metalúrgica produtora de latas de aço, um setor muito maduro. A Brasilata cresceu significativamente e hoje é a líder de um setor bastante competitivo. Esse crescimento excepcional foi orgânico (sem aquisições), graças às inovações.

Essas inovações contaram com a ajuda de um poderoso sistema interno de sugestões. Em 2014 esse sistema somou mais de 167 mil ideias, o que significou uma média anual, superior a 164 ideias por funcionário. Tenho convicção que foi basicamente esse sistema de sugestões, conhecido na empresa como Projeto Simplificação, que permitiu a criação do Meio Inovador Interno, um contexto que envolve e dá suporte às pessoas e ao processo de inovação.

Capado livroO livro The Idea-Driven Organization de autoria dos professores americanos Alan Robinson e Dean Schroeder, cuja edição brasileira Organização Guiada por Ideias, será lançada pelo Forum FGV/Inovação em 04/11 com a presença de um dos autores, deixa claro que as organizações que têm um sistema interno de sugestões de alto desempenho obtêm resultados superiores à média setorial. Coloca-se então a pergunta: por que as organizações desse tipo ainda são raras?

A resposta, segundo os autores, seria o preconceito da maioria dos gestores, que têm dificuldade em acreditar que existe valor suficiente nas ideias dos empregados comuns, para justificar o esforço necessário para buscá-las. O preconceito dos gestores, segundo a literatura recente especializada em Inovação, seria inclusive a razão determinante para o fato de as organizações inovadoras serem raras. Segundo a literatura especializada, apenas uma em cada cem organizações praticariam inovação de forma sistemática.

 

 

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